Este livro traz a dimensão de trabalhar na escola
as práticas de leitura e escrita como objetos de ensino isto é, a transformação
da prática docente na alfabetização básica.
Quando se aprende ler e
escrever de forma adequada não apenas no sentido de escritor profissional, mas
sim como uma pessoa comum que pratica a leitura e a escrita, tem mais
facilidade em buscar respostar apara problemas que precisam ser resolvidos,
sabendo defender e argumentar, dando novos sentidos a linguagem, pois o leitor
é mais que interpretador, se a criança tem o habito de ler, na escola fica
muito mais fácil dela se transformar em um leitor ou escritor, porque é na
escola que se observa os interesses futuros.
É importante diversificar os
tipos de leituras, lendo e vivendo o personagem, o leitor aprenderá melhor o
que o escritor quis passar, sendo assim terá mais capacidade de produzir seu
próprio texto primeiramente no âmbito escolar e depois fora dele. O ato de ler
e escrever facilita a reorganização das idéias compreendendo melhor o mundo, só
que tem um porém, essa tarefa de ensinar tem muitos obstáculos a se
ultrapassar. Ensinar a ler e escrever, tarefa difícil.
1)
A escolarização é algo penoso diante da pratica
da leitura e da escrita.
2)
Há diferenças no propósito escolar e no ler e
escrever fora dela.
3)
O professor tem um tempo determinado para
ensinar os objetivos escolares.
4)
O controle sobre a aprendizagem faz com que a
avaliação seja feita de forma acessível à mesma.
5)
A
distribuição de direitos e obrigações entre discentes e docentes, acaba por
determinar o conhecimento que as crianças terão na oportunidade de aprender ou
não.
Diante desses cinco pontos
específicos, fica fácil de entender a dificuldade escolar diante da escolarização
da leitura e da escrita. Há muitos grupos sociais que não tem o habito da
leitura isso faz com que as crianças desses grupos não tenham o estímulo para
ler e escrever.
Sabe-se que na escola o
principal propósito é didático, o professor não ensina o aluno a utilizar a
escrita no ambiente social, como escrever uma carta para manter vínculos com
alguém distante, ou ler algo para conhecer o mundo, ampliando seus
conhecimentos com novas perspectivas e pensamentos próprio, isso quer dizer que
o aluno aprende a ler e escrever apenas para a escola pois não leva para a
prática social.
Toda escola estabelece um
tempo para ensinar aos alunos todo o conteúdo didático, essa opção é
tradicional com planos como domínio da escrita, compreensão e produção de
textos breves e curtos.
O professor deve fazer
atividades diferentes como ler contos, notícias, curiosidades, isso fará com
que o aluno se interesse e crie o habito de ler. Já na prática comunicativa
pode haver intercambio on-line de alunos de escolas diferentes falando e
argumentando sobre determinado tema. É importante que a criança reveze seus
textos analisando seus erros e acertos assim poderá consertá-los sabendo se
avaliar. Será mais fácil encontrar diferentes soluções para eventuais erros.
Transformar o ensino da leitura e da escrita
Qual é o desafio?
O desafio é formar pessoas
que leiam e escrevam adequadamente, sendo críticos organizando os textos, lendo
e entendendo as entrelinhas, assumindo sua posição diante do autor do texto, ou
seja, fazer com que a criança esqueça sua vida através do ato da leitura e
escrita ao usá-la no dia-a-dia.
O desafio a alfabetizar a
todo assegurado um crescimento pessoal ao unir esforços para a alfabetização.
Transformar os alunos em escritores e não meros copiadores é desafiante, pois a
criança deve manjar os diferentes escritos que é útil na vida profissional e
pessoal.
A capacitação, do
profissional é necessária para que o professor trabalhe com êxito. Não basta
capacitar o docente, é necessário estudar as condições da escola. A mudança não
é algo apenas individual, mas sim de toda a escola como mudanças curriculares
institucionais.
O objetivo de ensino é a
leitura e a escrita sendo que há uma grande separação na prática escolar e
social. Para escrever é preciso fazer vários rascunhos e isso requer tempo, só
que na sala de aula o tempo é curto, isso significa que as crianças devem ler e
escrever para aprender.
A discussão sobre como
aprender a ler e escrever na escola expressa grande importância no tema, pois
não podemos deixar de compreender que as expressões ler e escrever caminham
juntas.
A leitura tem que despertar
no aluno o interesse de também ter uma boa escrita, onde seja legível, com
conteúdos que estabeleçam e abordam o grau de dificuldade de cada aluno.
Toda instituição escolar é
dotada de problemas que envolvem a leitura e a escrita, por isso que um dos
maiores desafios do educador do ensino primário é a alfabetização de boa
qualidade, pois é onde começa o princípio de tudo. Os métodos práticos para
levar o aluno a uma melhor condição de ler e escrever, é uma tarefa continua,
começa desde antes de a criança começar a frequentar a escola, com os pais em
casa e depois se estende por toda a vida.
O educador que constrói uma
vida escolar cotidiana e alienada só na sala de aula sem nenhuma atividade
interdisciplinar coloca o vício no aluno de só querer estudar na escola, e não
levar atividades para casa ou sua participação em projetos educativos e
sociais. Com a evolução da tecnologia, as ferramentas e suportes para a escrita
e para a leitura são inúmeras, pois os meios de comunicação traz tudo
atualizado e o aluno pode estar interagindo em tempo real com todo mundo dentro
e fora da sala de aula. Todo este processo de ler e escrever estão ligados a
uma construção que é definida não só na aquisição destas habilidades mecânicas,
como codificação e decodificação da ação do ler e do escrever, mas na
capacidade de interpretar, criticar, compreender e produzir conhecimento.
Os projetos institucionais
nos permitem uma socialização, já que com estes projetos possibilita o âmbito
escolar, a família e toda uma sociedade a novas trocas de suma importância para
os alunos e professores, para um melhor acesso cultural, social e político.
A leitura é um dos
principais momentos da educação, pois começa com a alfabetização e transcorre
por toda uma educação básica.
A forma de ler e escrever têm
possibilidades enriquecedoras em todos os aspectos. Os projetos de leitura e
escrita podem levar para a escola e fora dela um grande intercambio de
conhecimentos, linguagens, habilidades, onde a inclusão faz toda a diferença,
pois os grupos se apresentam, formulam, escrever suas idéias e pensamentos,
debatem juntos, formando assim atividades de exposição, seminários, gincanas e
toda uma dinâmica que a leitura e a escrita possibilita.
O interesse da criança em
ler deve partir de um vinculo que desperte o valor da leitura na sua vida,
propondo que a leitura seja um habito prazeroso e não uma obrigação.
Podemos produzir um enriquecimento oral e
escrito com uma participação sócio efetiva, onde o indivíduo se comunica
expressa seu ponto de vista, partilha e tem acesso à variedade de informações
existentes, partindo daí se constrói visões do mundo e de toda uma vida.
O conhecimento didático é
tema central na capacitação dos educadores, e abrange todo um âmbito escolar. É
necessário que o professor tenha uma compreensão flexível, profunda, e que
esteja aberto a todo conteúdo, pois sendo assim o educador terá acesso mais
fácil as dificuldades dos alunos perante os conteúdos. A didática ocupa uma
área integrada e transversal onde os educadores podem articular os
conhecimentos de sociologia, psicologia, epistemologia e todo o saber
educacional, e isso faz com que os próprios educadores através da didática
utilizada tenham uma reflexão sobre o uso de sua própria prática pedagógica.
Mesmo com tantas ferramentas
e suporte para um melhor aprendizado, existe ainda uma grande preocupação de
qual é a melhor e mais adequada forma de comunicação e interação com os
conteúdos didáticos que as instituições colocam no plano de aula todo ano.
Ao planejar uma aula, seja
ela aula de projeto, explanação, conferência ou vídeo o educador deve criar
critérios para que a aula seja estimulante para eles, que haja interpretação e
criatividade. Ao se falar de aprendizagem na escola, nota-se que existe uma
concepção de educação, embora no decorrer dos anos a transformação produzida
neste método de aprender seja muito importante, e tem como um dos objetivos a
manutenção da realidade do aluno, do educador, da sociedade em geral, pois não
só são as instituições que detém o conhecimento, tudo vem de uma grande troca.
O educador não pode dar ao
luxo de ir para sala de aula com um improviso. É muita negligencia e complexo
conseguir que professores transmitam os saber sem planejamento, sem didática,
sem os objetivos, e ao menos uma introdução ao assunto.
As situações existentes no
dia a dia fora e dentro da sala de aula trazem ao educador uma consciência de
que eles mesmos podem criar seus conteúdos de leitura, suas maneiras de
diagnosticar as redações aplicadas na sala, e isso só tem a contribuir para um
maior esclarecimento dos saberes, valores, e experiências práticas adquiridas
em sala de aula onde existe uma preocupação com o real vivencia do aluno, suas
condições culturais, econômicas, e todas as outras, e assim planejar a aula no
objetivo de sua valorização e resolução das deficiências. O educador tem que
conhecer o aluno para que seu planejamento seja adequado às necessidades deles.
As maiorias das crianças,
principalmente de instituições públicas, não têm o habito de ler e escrever a
não ser na escola. Por isso a quantidade de livros em casa é muito pouca, e as
que têm uma iniciativa para ler procuram bibliotecas públicas.
Por todas estas razões o educador precisa
criar um projeto de leitura também fora da sala de aula, projetos estes,
contendo textos que eles mesmos desenvolveram. Podendo assim, estar
aperfeiçoando a leitura e a escrita ao mesmo tempo.
Biografia de Delia Lerner
Pedagoga, docente
universitária, em nível de graduação e pós-graduação. Investigadora das áreas
de Didática da Matemática e Didática da Língua. Autora de diversas publicações
nas áreas de sua especialidade (a maioria das quais traduzidas ao português).
Coordenadora da Equipe de Língua de Planejamento, Secretária de Educação da
cidade de Buenos Aires. Consultora do
Ministério de Educação do Brasil para a elaboração dos Parâmetros Curriculares
Nacionais, para a avaliação do Programa do Livro Didático e para a avaliação do
PROFA. Seu livro mais recente “Ler e escrever na escola: o real, o possível e o
necessário”, foi publicado pela Artmed em 2002.
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